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6 pontos que farão da reforma tributária aliada do setor produtivo
Adonai Arruda*
A reforma tributária vem se
tornando cada vez mais ponto de discussão entre o setor produtivo no Brasil.
Reuniões, encontros, movimentos estão se formando em torno desta pauta que pode
mudar a realidade econômica brasileira. O setor de serviços, grande responsável
pela geração de emprego e renda no Brasil, é um dos que será afetado
imensamente com a reforma, e, por isso, movimentos como o Simplifica Já,
encabeçado pela Central Brasileira de Serviços (Cebrasse) e outras 118
entidades, incluindo as empresas do setor do asseio e conservação, vem
colocando em pauta junto à Câmara, ao Senado e ao Executivo necessidades
urgentes para a implantação de um sistema tributário mais simples, seguro
moderno, transparente, justo e eficiente.
O Brasil é hoje um dos países com
o maior número de tributos. Quando olhamos para setores como a área de limpeza
e conservação, segundo maior empregador brasileiro com mais de dois milhões de
trabalhadores com emprego formal em 13 mil empresas, fica quase impensável uma
reforma que não tenha como objetivo desonerar a folha de pagamento e reduzir os
custos de mão de obra. Só assim será possível gerar cada vez mais novos postos
de trabalho e assim contribuir para o desenvolvimento do país.
Para que isso aconteça, diversos
empresários vêm se reunindo, inclusive com o ministro da Economia, Paulo
Guedes, para apresentar propostas e criar um diálogo com o Executivo. Assim,
foram criados grupos de trabalhos divididos por segmentos como educação, saúde,
mão de obra intensiva para que uma proposta adequada a todos os setores
aconteça. Como representante do setor de serviços, elencamos alguns pontos que
farão desta reforma uma grande aliada do setor produtivo no Brasil, e são eles:
1 – Fortalecimento da
autonomia de estados e municípios
É inegável que a estrutura
federativa do país precisa ser revista. Assim, ofertar uma maior integração
entre os entes autônomos e consequentemente mais qualidade no serviço prestado
à população faz-se necessário. Para tal, é preciso acabar com a dependência dos
fundos da União, assim como com o aumento da carga tributária.
2 – Estímulo à geração de
emprego com a desoneração da folha
Hoje, o Brasil apresenta custos
elevadíssimos com diversos encargos na folha de pagamento. Em um momento de
crise pelo qual estamos passando, é preciso reverter esse quadro para que
possamos retomar a economia.
3 – Não aumento da carga
tributária, sobretudo para quem mais gera empregos
O aumento da carga tributária em
setores como o de serviços e a agropecuária, por exemplo, pode gerar desemprego
e sobrecarga nos orçamentos públicos. Por isso, defendemos uma melhor
distribuição e redução da carga tributária a médio e longo prazo.
4 – Nacionalização da
legislação e simplificação imediata e contínua das obrigações acessórias
Propõe-se aqui a unificação da
legislação dos 27 ICMS e do ISS dos municípios, racionalização da legislação do
PIS Cofins e investimento em tecnologia da informação. Com isso, será possível
a criação de um cadastro único nacional e criação de Nota Fiscal Eletrônica de
serviços nacionais, e também a criação de nota fiscal eletrônica de ICMS
nacional, sendo que ambas terão um sistema de distribuição automática de
arrecadação para os entes de federação.
5 – Justiça fiscal
Previsão de alíquotas reduzidas
de ICMS quanto mais essencial for o bem de consumo.
6 – Modernização, integração e
melhoria do relacionamento entre fisco e contribuinte
Proposta de um fisco cada vez
mais profissionalizado agindo menos como litigante e mais como plataforma de
relacionamento com o contribuinte
*Adonai Arruda é
presidente do Sindicato das Empresas do Asseio e Conservação do Estado do
Paraná (SEAC-PR), diretor da holding Higiserv e presidente da Fundação do
Asseio e Conservação, Serviços Especializados e Facilities do Paraná
(FACOP-PR).